A VIDA QUE PULSAVA EM MIM

                Justo no instante em que a vida, mas me sorria, a alegria fazia morada em meu ser, veio a vida a pulsar dentro de mim, era um sonho que se tornou realidade, era tanto amor, que não cabia mas em mim, me dividia, partia e me repartia, eu sentia a vida a pulsar em mim. E tudo era fantasia um sonho dourado me embalava o berço. Trazia em mim a certeza que eu não era mais uma. Suplicava e agradecia, apertava entre as mão o terço. Mas numa noite escura tudo se desfez a vida ainda pulsava dentro de mim, a vida ainda gritava em mim. O mundo me condenava me roubava a vida que ardia dentro de mim. Eu e a vida éramos uma ilha. Lutar, correr, fugir, não ficar. Me joguei no mar para não soltar a vida que pulsava dentro de mim. Tentei esperar pra não largar, quis arriscar ficar com a vida que pulsava dentro de mim, ao longe vi um barco, mas não quis me socorrer naufraguei, me entreguei, não deu pra segurar a vida que pulsava dentro de mim. A ilha ainda era eu, nadei contra a correnteza, bati sobre as pedras, rumo ao horizonte não tinha mar, nem céu, só a areia fria. Do penhasco eu caia e a vida ainda pulsava mim, não me entreguei fácil, me estraguei a vida, entreguei a vida que pulsava dentro de mim. Tudo porque não ouvi a vida que pulsava em mim. E veio a morte, ela entrou em mim, rasgando, sangrando se esvaindo, e assim se foi a vida que pulsava dentro de mim. A morte matou a vida que pulsava em mim. Estou morta, matei a vida, fiquei com a morte na lembrança. Que a morte teve dentro de mim, rasgando, estraçalhando, sangrando e tirando a vida que pulsava dentro de mim. Agora sem a vida que pulsava em mim, estou morta. Tão morta quanto a vida que viveu em mim. Não há mais chegada só vejo a ida adeus a vida..... Escrita em: 27/12/1977.

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